eu google.com, pub-8793333535661611, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-8793333535661611, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Moda de Negona: Não caia no conto da democracia racial, mores!

7 de mar. de 2017

Não caia no conto da democracia racial, mores!

Negada, dias atrás teve um caloroso debate sobre apropriação cultural. Nem sei se é possível chamar aquilo de debate; o que vi foi mais uma tentativa de reduzir as questões de negritude a coisas banais. Banalizar o turbante (e tudo aquilo que ele representa e significa), assim como banalizam tudo que é da cultura afro. Apenas mais uma vez o racismo mostrando a sua face em nosso cotidiano. Mas, se o racismo insiste, a gente resiste!

Como eu me sinto quando alguém
vem com esse papo de "democracia racial"

Um dos argumentos mais absurdos que ouvi foi esse de que o Brasil tem uma democracia racial, que negros e brancos vivem em harmonia em nosso país. Não, não vivemos. A gente sabe que a nossa carne no mercado é a mais barata. E sobre essa questão de apropriação cultural, deixo aqui as palavras da Djamila Ribeiro (uma filósofa negra fodástica, vocês PRECISAM ler esta mulher!) para que fique claro que acreditar que isso não é nada de mais é a maior cilada EVER

Precisamos entender como o sistema funciona. Por exemplo: durante muito tempo, o samba foi criminalizado, tido como coisa de “preto favelado”, mas, a partir do momento que se percebe a possibilidade de lucro do samba, a imagem muda. E a imagem mudar significa que se embranquece seus símbolos e atores para com o objetivo de mercantilização. Para ganhar dinheiro, o capitalista coloca o branco como a nova cara do samba. Por que isso é um problema? Porque esvazia de sentido uma cultura com o propósito de mercantilização ao mesmo tempo em que exclui e invisibiliza quem produz. Essa apropriação cultural cínica não se transforma em respeito e em direitos na prática do dia-a-dia. Mulheres negras não passaram a ser tratadas com dignidade, por exemplo, porque o samba ganhou o status de símbolo nacional. E é extremamente importante apontar isso: falar sobre apropriação cultural significa apontar uma questão que envolve um apagamento de quem sempre foi inferiorizado e vê sua cultura ganhando proporções maiores, mas com outro protagonista
Djamila Ribeiro é mestra em Filosofia Política, foi secretária adjunta de
Direitos Humanos em São Paulo. É militante feminista e em suas
 redes sociais fala de negritude, dentre outros assuntos.
Siga esta mulher #ficaadica #soufã
Quando falamos de apropriação, falamos de apagamento e extermínio. Extermínio da juventude negra, extermínio de nós mesmos. Democracia racial não existe e a apropriação cultural é só mais um meio para nos apagar nesta sociedade nada democrática e totalmente racista. 
Para concluir melhor o assunto, deixo aqui o vídeo da Nátaly Neri, do canal Afros e Afins sobre apropriação cultural! 

E vocês, o que pensam a respeito? Siga o Moda de Negona no Twitter, Instagram e dê aquele joinha maroto em nossa fanpage!
See ya, negada!
AnaLu Oliveira

Nenhum comentário :

Postar um comentário