Quando o Moda de Negona foi criado (em 2011), eu estava em uma agência de publicidade gerenciando as redes sociais de uma grife de moda. Lia muita coisa sobre moda, tendências, maquiagem, cabelo, acessórios. No meio de tanta informação, um incômodo sempre presente: não me ver naqueles tutoriais, não me identificar com tudo aquilo. Entre eu e as modelos das revistas e blogs não havia nada em comum. E foi por não me ver representada que eu e minhas amigas criamos o blog (e os demais canais que vieram).
De lá pra cá, muita coisa mudou. Naquela época, a questão de representatividade me incomodava muito. Isso ainda me incomoda. Mas, hoje vejo que o problema é bem maior e mais profundo. Falar de negritude e moda envolve muitas outras coisas. Envolve falar de racismo, de autoestima, de solidão, de feminismo, de gênero. Por um tempo, achei que não era necessário trazer tais questões para o blog. Hoje, entendo que isso é imprescindível.
Eu não sou aquela publicitária indignada porque só via mulheres brancas na Vogue, Capricho e Cosmo. E sei que vocês também não são as mesmas. Nós mudamos. E o Moda de Negona também vai mudar.
Vamos falar de moda? Sim! Mas, vamos falar também sobre feminismo e outros temas que estão presentes em nossas vidas. Não posso mais me esquivar da minha responsabilidade em fortalecer a luta das mulheres negras.
Estamos de volta, negada!
Pra valer, de verdadinha!
Até mais!
AnaLu Oliveira
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