eu google.com, pub-8793333535661611, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-8793333535661611, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Moda de Negona: 25 de julho é o nosso dia: mulher negra latina e caribenha

25 de jul. de 2018

25 de julho é o nosso dia: mulher negra latina e caribenha

Hoje é uma data de extrema importância para nós, mulheres negras. Dia 25 de julho é o dia que celebramos o Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha. Uma data para lembrar das nossas lutas, das nossas pautas e principalmente, comemorar as nossas vitórias. Numa sociedade racista,ter datas ligadas a negritude é um ato de resistência. Ter uma data ligada às questões das mulheres negras em uma sociedade racista e machista é resistência em dobro. Mas, você sabe qual é a origem desta data?


Como surgiu a data?

A data foi reconhecida pela ONU em 1992, ano em que um grupo de mulheres se reuniu para organizar o 1º Encontro das Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, na República Dominicana. Neste encontro, as mulheres presentes debateram sobre formas de combater o racismo e machismo tão presente no nosso cotidiano. Desse encontro surgiu uma rede de apoio - ativa até os dias atuais - e o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. 

Embora o machismo vitime também as mulheres brancas, os dados comprovam que as mulheres negras são as maiores afetadas pelo machismo, pois ele vem de mãos dadas com o racismo. Para se ter uma ideia, o Atlas da Violência de 2016 aponta que os feminicídios de mulheres negras aumentou 54% entre 2003 e 2013. Já os casos de feminicídios de mulheres brancas caiu 10% no mesmo período. Outro dado que reforça a importância de datas como essa é que dos 25 países com maiores índices de feminicídio no mundo todo, 15 estão na América Latina e na região do Caribe. 

As disparidades salariais também são grandes. Mulheres recebem menos que os homens, isso é um fato. Porém, as mulheres brancas tem salários até 70% maior que o das mulheres negras. A maternidade tão romantizada para as mulheres brancas, para nós se apresenta como violência. Segundo dados da Fiocruz e do Ministério da Saúde, 65,4% das vítimas de violência obstétrica são mulheres negras. 53,6% dos casos de mortalidade materna são de mulheres negras. 

Além disso, é importante dizer que precisamos tirar nossas heroínas da invisibilidade. Ainda falamos pouco sobre Zumbi dos Palmares, mas não falamos de Dandara ou de Tereza de Benguela, por exemplo. Você sabe quem foram estas mulheres?


Quem foi Dandara dos Palmares?

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Muito mais que a esposa de Zumbi, Dandara foi uma mulher de luta. Liderou várias ações contra a escravidão de negros e negras no Brasil. Ações que envolviam a luta armada, importante dizer. Muitos historiadores apontam Dandara como uma mulher destemida e corajosa e que já questionava esses papéis de gênero impostos a mulheres. Em um dos confrontos, Dandara foi presa e para não voltar a condição de escrava, se matou em 1694.  

Quem foi Tereza de Benguela?


Tereza foi líder do quilombo de Quariterê - localizado no Vale do Guaporé, em Mato Grosso. Tereza assumiu a liderança do Quariterê após a morte de seu companheiro, conhecido como José Piolho. A liderança de Tereza merece destaque pois era similar ao que é o Parlamento hoje. Além disso, o Quariterê contava com um sistema de defesa e uma cadeia de produção voltada para o sustento do próprio quilombo. A causa da morte de Tereza ainda não é conhecida. As principais hipóteses são: suicídio, doença ou execução por soldados. 

25 de julho é o Dia Nacional de Tereza de Benguela, data sancionada pela presidenta Dilma Rousseff. 

Datas como essa reforçam a nossa unidade, além da importância de seguir lutando. Dar prosseguimento a luta de mulheres como Tereza e Dandara é fundamental. Hoje estamos melhores que elas estiveram, pois elas lutaram por nós. Lutemos por nós, pelas mulheres negras das futuras gerações. 

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Até mais!

AnaLu Oliveira

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